sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O cristão e o voto consciente

    Em meio a uma época muito importante, mas que nem sempre damos a importância devida, nosso Ir. Ulisses Efatá, vem nos presentear, com um ponto de vista importantíssimo, sobre um tema que não deve ser esquecido.

Mais uma vez estamos vivendo o período pré-eleitoral, mais conhecido como campanha política. Costumeiras cenas se repetem: candidatos em carreatas
e palanques, programas eleitorais gratuitos na TV (gratuitos para quem produz, mas muitas vezes custosos para quem assiste....),
 a cidade cheia de “santinhos” pelas ruas. Independentemente de tudo isso, a participação política do cidadão deve ir além de simplesmente
assistir os candidatos e ser obrigado a escolher alguém no dia da eleição. É preciso que o cidadão compreenda que o voto é decisivo para definir
várias ações do poder público durante o (muitas vezes) longo período de 4 anos.

Mas essa participação não se limita apenas a engajar-se na campanha partidária. Muitos pensam que política é algo que diz respeito apenas aos políticos,
 e que participar significa se candidatar. São várias as formas de participação possíveis da sociedade: o cidadão pode ocupar a função de fiscalizador
das ações governamentais (lembra dos “fiscais do Sarney”?), o cidadão pode fundar associações representativas, pode visitar os gabinetes daqueles que
 ajudou a eleger
 e cobrar as promessas de campanha, pode movimentar abaixo-assinados, encaminhar ofícios, entre outras práticas que o exercício pleno da democracia permite.

Quero, em meio a tudo isso, destacar minha opinião pessoal, à luz da Bíblia Sagrada, sobre a participação política. De início, precisamos desmistificar
 o conceito de que política é coisa do diabo. Os irmãos que ainda cultivam essa mentalidade normalmente se mantém alienados da realidade, como se a política
 não influenciasse diretamente a nossa realidade cotidiana. Política e governo representam simplesmente formas de representatividade da sociedade.
Você vota em alguém para te representar junto às instâncias governamentais, visando preservar seus direitos e lutar por melhorias
para o grupo em que você está inserido, seja este uma categoria profissional ou um bairro. Por isso, quando escolhemos mal os candidatos
 estamos como que “dando um cheque em branco” ou uma procuração para alguém não confiável falar por você. É muito sério.

“Político é tudo corrupto”? Claro que não. Como em todas as categorias humanas há bons e maus. Existem bons e maus advogados, bons e maus médicos, bons
 e maus clérigos. Não se pode generalizar. Mais uma vez o voto consciente assume um papel da maior importância. É preciso que a população se lembre dos
 escândalos políticos e financeiros, das “maracutaias”, das propinas, dos “esquemas” publicamente divulgados para não se iludir em votar novamente nos
mesmos corruptos do passado. Fique alerta!

E o cristão, como deve se posicionar? Primeiramente não devemos votar em alguém só porque é crente. Não estamos elegendo alguém para uma função apenas
 espiritual, a participação na esfera governamental exige outras capacidades. O candidato ao cargo público deve se mostrar apto e experiente para
 a posição que almeja, demonstrar capacidade de liderança e articulação (a política exige muito isso). Esse é o primeiro ponto para se escolher bem
 um candidato. A seguir, descrevo outras dicas que considero relevantes:

* ser conhecido: ninguém dá procuração a um estranho: procure conhecer a vida pregressa do candidato, é óbvio que não apenas pelo programa eleitoral
dele mesmo.......avalie se ele esteve envolvido em escândalos no passado, se ele é uma pessoa que tem bom testemunho na sociedade, de onde ele vem,
qual seu histórico político, realizações anteriores, qual sua profissão, enfim, faça um diagnóstico do candidato;

* use de discernimento: busque direção de Deus, olhe nos olhos do candidato, veja se ele te passa confiança, se ele aparenta ser sincero e convicto
 no que fala, se ele passa uma imagem de uma pessoa de caráter, se ele aparenta ter um chamado para aquela função;

* analise o partido e a coligação: no Brasil temos o costume de votar em pessoas, mas tem um velho ditado que diz “diga-me com quem andas e te direi
 quem és”. Veja com quem esse candidato está compondo alianças antes da eleição, porque inevitavelmente, se eleito, ele terá “favores” a retribuir
 para com aqueles que o apoiaram a “chegar lá”;

* veja como a pessoa se comporta ao longo da campanha: isso é muito importante, pois sob pressão as pessoas acabam por revelar seu coração;

* avalie o projeto político: veja se as “famosas” promessas de campanha são realizáveis, observe se o projeto político é consistente, coerente,
 e se está de acordo com aquilo que VOCÊ acredita. Fique atento também se o candidato explica, em seu projeto, de onde virão os recursos para implantar
 suas idéias. Outro detalhe: analise se o que ele está prometendo faz parte da alçada de poder a que ele pleiteia, um exemplo claro disso é quando um
 candidato municipal promete melhorias na segurança, referindo-se à Polícia Militar, que é gerida pelos governos estaduais.

Se o candidato, além de preencher esses requisitos, for cristão – ou pelo menos, alguém temente ao Senhor – isso pode fazer a diferença na hora da decisão.


Bom voto pra você!



* O Ir. Ulisses Efatá, 42, é eleitor em Maringá (PR) e serve ao Senhor na Igreja Pentecostal da Graça. Casado com Ivone, tem dois filhos, Estevão e Gustavo. 
Contato: http://twitter.com/efata67

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